A madrugada de 9 de julho de 2025 marcou um novo patamar na escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em um movimento sem precedentes, a Rússia lançou 728 drones e 13 mísseis contra cidades ucranianas, configurando o maior ataque aéreo do tipo desde o início do conflito em 2022. O episódio ocorreu poucas horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, endurecer o tom contra Moscou e prometer mais apoio militar a Kiev.
Dimensão do ataque e alvos atingidos
O ataque russo superou o recorde anterior de 539 drones, estabelecido em 4 de julho, e teve como principal alvo a cidade de Lutsk, no noroeste da Ucrânia, mas também atingiu regiões como Kiev, Dnipro, Zhytomyr, Kharkiv, Mykolaiv, Sumy, Khmelnytskyi, Cherkasy, Chernigov e Kirovohrad. Explosões foram registradas em várias cidades, e sirenes de alerta aéreo soaram durante toda a noite.
Apesar da intensidade, as defesas aéreas ucranianas conseguiram interceptar 711 drones e abater sete mísseis, limitando os danos e evitando um número elevado de vítimas. Houve relatos de feridos, incêndios e danos a prédios residenciais e infraestruturas críticas, mas, segundo as autoridades, não há confirmação de mortes imediatas. A embaixada da Polônia em Kiev foi atingida e sofreu danos, evidenciando o alcance indiscriminado do ataque.
Contexto internacional e resposta política
O bombardeio ocorreu logo após Donald Trump criticar publicamente Vladimir Putin, acusando-o de rejeitar negociações de paz, e prometer reforço militar à Ucrânia. O episódio é visto como uma resposta de Moscou à pressão internacional e à possibilidade de envio de novos armamentos americanos para Kiev, especialmente sistemas de defesa antiaérea.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como “demonstrativo” e “revelador”, destacando que a Rússia rejeita qualquer tentativa de cessar-fogo e só será contida com pressão internacional real. Zelensky pediu novas sanções ao petróleo russo e mais apoio militar, reforçando que todos que desejam a paz devem agir de forma concreta.
Reação regional e impacto estratégico
O ataque foi tão intenso que levou a Polônia a enviar aeronaves militares para patrulhar seu próprio espaço aéreo, temendo que drones russos pudessem cruzar a fronteira. Além disso, aeroportos em Moscou e Kaluga chegaram a suspender temporariamente operações devido à ameaça de drones ucranianos em retaliação.
O uso massivo de drones e mísseis evidencia a estratégia russa de saturar as defesas aéreas ucranianas, pressionar a infraestrutura do país e demonstrar poder militar em meio ao impasse diplomático. Ao mesmo tempo, a capacidade de Kiev de interceptar a maior parte dos alvos mostra a importância do apoio ocidental para a resistência ucraniana.
Conclusão
O maior ataque de drones da guerra sinaliza uma nova etapa de escalada e imprevisibilidade no conflito, com impactos diretos sobre civis, infraestrutura e a estabilidade regional. O episódio reforça a urgência de decisões internacionais sobre sanções e apoio militar, enquanto Ucrânia e Rússia seguem travando uma guerra de desgaste e demonstração de força diante do mundo.
Vídeo no canal: https://youtu.be/f29Flxevxh8