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Negociações Rússia-Ucrânia em Istambul: Por que não esperar milagres na busca pela paz

A Rússia adotou um tom pessimista às vésperas da terceira rodada de negociações diretas com a Ucrânia, marcada para acontecer em Istambul, afirmando que não se deve esperar “avanços milagrosos” nesse processo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ressaltou a complexidade do tema e a profunda divergência entre as posições de Moscou e Kyiv, que apresentam demandas diametralmente opostas para um cessar-fogo.

As condições russas incluem a anexação oficial dos territórios ucranianos atualmente ocupados, o que equivale a cerca de 20% do país, a desmilitarização da Ucrânia, a não posse de armas nucleares e a promessa de que a Otan não se expandirá para o Leste. Essas exigências são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia e por seus aliados europeus, configurando o principal entrave para um acordo de paz iminente.

Além disso, o impasse nas negociações reflete diferenças estratégicas mais amplas: enquanto a Ucrânia insiste num cessar-fogo preliminar para discutir os termos da paz, a Rússia rejeita condições prévias e mantém firme sua exigência de mudanças territoriais e políticas estruturais. A resistência do Kremlin também é reforçada pela convicção do presidente Vladimir Putin de que as Forças Armadas russas conseguirão consolidar o controle sobre as regiões anexadas ainda em 2025, o que reduz sua disposição para concessões significativas.

A ausência do presidente Putin nas negociações e a definição tardia da comitiva russa, liderada pelo assessor Vladimir Medinsky, contrastam com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que também tem feito críticas à composição da delegação russa, classificando a participação como “farsa” quando o líder russo não comparece.

Em suma, as próximas negociações em Istambul prometem ser um novo capítulo de difíceis conversas entre Moscou e Kyiv, com poucas expectativas de avanço concreto, diante da rigidez e das incompatibilidades das demandas. A guerra prossegue, com ataques intensos no terreno, enquanto diplomatas e líderes internacionais buscam uma saída que, até o momento, continua distante.

Vídeo no canal: https://youtu.be/M9hF9-4CSKY

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