O conflito entre Rússia e Ucrânia atinge novos picos de violência e destruição nos últimos dias de julho de 2025, marcado por operações militares intensificadas em ambos os lados da fronteira. A adoção de estratégias mais agressivas por parte dos exércitos russo e ucraniano está refletida tanto no uso maciço de drones quanto nos ataques aéreos devastadores contra alvos civis e estratégicos, resultando em perdas humanas e acentuando a crise humanitária regional.
Ataques de Drones Ucranianos em Rostov: Nova Dimensão da Guerra Assimétrica
Na madrugada de 29 de julho, a região russa de Rostov foi o epicentro de uma série de ataques com drones lançados desde a Ucrânia. Pelo menos uma pessoa morreu após um veículo ser atingido, e incêndios tomaram conta da estação ferroviária de Salsk após a queda de um drone sobre um trem de carga. O ataque interrompeu temporariamente o tráfego ferroviário, afetando severamente a logística local.
O Ministério da Defesa russo relatou que 74 drones ucranianos foram abatidos durante a noite, sendo 22 somente sobre a região de Rostov. As operações dos drones também causaram danos a residências, subestações elétricas e deixaram áreas sem energia, além de provocar incêndios de difícil controle. Os ataques representam a escalada na guerra de desgaste, destacando a capacidade ucraniana de atingir infraestruturas críticas russas longe do front principal. Moscou classificou o episódio como ato de agressão, enquanto Kiev mantém a já tradicional política de silêncio operacional.
Ofensiva Russa em Zaporizhzhia: Bombardeio Mortal a Prisão e Infraestrutura Civil
No mesmo 29 de julho, ofensivas aéreas russas deixaram pelo menos 19 mortos no sudeste da Ucrânia, marcando mais um episódio trágico de bombardeios contra áreas civis e instalando pânico em diversas regiões.
O ataque mais letal ocorreu na área da prisão Bilenkivska Correctional Facility, na região de Zaporizhzhia, atingida por bombas guiadas que mataram pelo menos 16 pessoas, destruindo instalações e danificando moradias próximas. Outras regiões também foram bombardeadas: Dnipropetrovsk (incluindo maternidade e hospitais), Kharkiv e Kherson, com múltiplos feridos e mortes—uma jovem grávida estava entre as vítimas fatais em Dnipro.
Taticamente, os russos coordenaram o uso de bombas planadoras, mísseis de precisão e drones Shahed para manter a pressão através de ataques sistemáticos a infraestruturas e centros urbanos distantes da linha de frente. O presidente Volodymyr Zelensky denunciou o ataque à prisão como um ato intencional e novo crime de guerra, reforçando as acusações de que a ofensiva russa segue matando civis de forma indiscriminada. Moscou, por sua vez, nega e alega atacar apenas alvos militares legítimos.
Contexto Diplomático: Pressão Internacional Crescente
Esses novos capítulos de violência ocorrem sob pressão do Ocidente para um cessar-fogo. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, reduziu recentemente para 10-12 dias o prazo dado a Vladimir Putin para fechar um acordo de paz, ameaçando novas sanções em caso de inércia diplomática. No entanto, a escalada dos ataques mostra que as advertências internacionais não fazem recuar as estratégias ofensivas de nenhum dos lados, ao contrário, parecem fortalecer a dinâmica do confronto.
Implicações Humanitárias e Estratégicas
O quadro dos últimos dias evidencia o aprofundamento de uma guerra de desgaste, onde o uso maciço de drones pela Ucrânia enfraquece progressivamente a infraestrutura russa e, em resposta, a Rússia intensifica ataques aéreos cruéis contra alvos urbanos na Ucrânia. As principais consequências são:
- Aumento das mortes e do sofrimento civil, com pessoas atingidas em suas casas, hospitais, trens e prisões.
- Danos irreparáveis à infraestrutura crítica (energia, transporte e saúde), dificultando o retorno à normalidade mesmo em zonas mais afastadas do front.
- Expansão dos ataques para o interior do território russo, mostrando que Moscou também está vulnerável frente à tecnologia de drones ucranianos.
- Deslegitimação das negociações de paz, já que ambos os lados utilizam escaladas de violência como estratégia de pressão diplomática.
Conclusão
A intensificação das ações militares nos dias finais de julho de 2025 aponta para uma espiral de violência difícil de ser contida em curto prazo e para um agravamento do quadro humanitário em ambas as nações. Ataques coordenados a infraestruturas críticas e a população civil aumentam a tensão e reduzem a margem de manobra para possíveis acordos. A guerra, agora marcada pelo uso disseminado de drones e bombardeios de alto impacto, parece cada vez mais longe de um desfecho pacífico, exigindo mobilização internacional renovada para conter a escalada e proteger vidas inocentes.
Vídeo no canal: https://youtu.be/hb6XZaXPthQ