A guerra na Ucrânia entrou em uma nova fase de brutalidade e intensidade, com a Rússia lançando ataques aéreos recordes contra cidades ucranianas, especialmente Kiev. Nos últimos dois dias, a capital e outras regiões do país enfrentaram bombardeios que, segundo autoridades e analistas, marcam uma mudança de tática russa e ampliam a pressão sobre as já exaustas defesas ucranianas.
O maior ataque de drones e mísseis desde o início da guerra
Na madrugada de 9 de julho de 2025, a Rússia realizou o maior ataque aéreo do conflito até agora, lançando 728 drones e 13 mísseis contra a Ucrânia. O principal alvo foi a cidade de Lutsk, mas várias regiões, incluindo Kiev, também foram atingidas. As defesas ucranianas conseguiram interceptar 711 drones e abater sete mísseis, evitando uma tragédia ainda maior, mas o impacto psicológico e material foi profundo.
O ataque ocorreu logo após o presidente dos EUA, Donald Trump, prometer o envio de mais armas defensivas para Kiev e defender sanções mais duras ao petróleo e gás russos, o que sugere que Moscou buscou dar uma resposta demonstrativa à pressão internacional.
Segunda noite de terror: ataques coordenados e mudança de tática
Na madrugada seguinte, 10 de julho, a Rússia voltou a atacar Kiev e outras cidades com cerca de 400 drones e 18 mísseis, incluindo oito mísseis balísticos. O ataque durou mais de 10 horas, deixando pelo menos duas pessoas mortas — uma policial de 22 anos e uma mulher de 68 anos — e ao menos 19 feridos.
Os ataques atingiram quase todos os distritos de Kiev, destruindo apartamentos, escritórios, armazéns e veículos. Moradores relataram explosões, incêndios, fachadas devastadas e janelas arrancadas. Muitos só conseguiram escapar porque buscaram abrigo em estações de metrô durante a madrugada.
Autoridades ucranianas e analistas militares apontam que a Rússia está usando enxames de drones, inclusive de engodo, e mísseis vindos de diferentes direções, alternando trajetórias para confundir e sobrecarregar as defesas antiaéreas. Essa mudança de tática visa maximizar danos, dificultar a interceptação e criar um clima de terror constante.
Impacto civil e pressão internacional
Os ataques das duas últimas noites elevaram o número de vítimas civis e ampliaram a destruição de infraestrutura essencial, como moradias, hospitais, escolas e redes de energia. Segundo dados da ONU, junho já havia registrado um recorde de vítimas civis, com 232 mortos e 1.343 feridos, e a tendência é de piora diante da escalada russa.
O presidente Volodymyr Zelensky classificou os ataques como “uma clara escalada do terror” e voltou a pedir sanções mais duras contra a Rússia e o reforço urgente das defesas aéreas ucranianas. Em meio ao bombardeio, Zelensky esteve em Roma buscando apoio político e militar dos aliados europeus, enquanto autoridades americanas expressaram frustração com a falta de avanços para encerrar o conflito.
O que esperar
A intensificação dos ataques aéreos russos, com centenas de drones e mísseis lançados quase diariamente, mostra que Moscou aposta no desgaste psicológico e material da população ucraniana e na saturação das defesas de Kiev. Especialistas temem que o volume de projéteis possa aumentar ainda mais, tornando as noites cada vez mais perigosas e imprevisíveis para milhões de ucranianos.
O cenário atual reforça a urgência de decisões internacionais sobre sanções, envio de sistemas antiaéreos e apoio logístico à Ucrânia, enquanto o conflito se aproxima do quarto ano sem sinais de trégua.
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Vídeo no canal: https://youtu.be/qgKz7ccDlwc