No fim de semana de 6 e 7 de setembro de 2025, a Ucrânia sofreu o maior ataque aéreo desde o início da guerra em 2022, marcando uma escalada dramática no conflito. Milhares de drones — mais de 800 — e 13 mísseis russos foram lançados sobre várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, onde pela primeira vez um edifício governamental localizado em uma zona altamente protegida foi atingido e incendiado. O ataque causou pelo menos quatro mortes, incluindo um bebê de dois meses e sua mãe, além de dezenas de feridos e danos significativos a residências, prédios públicos e infraestrutura essencial.
As defesas aéreas da Ucrânia conseguiram abater a maior parte dos drones e mísseis, porém o número expressivo que atingiu alvos demonstra a capacidade russa de sustentar ofensivas aéreas de grande escala. O bombardeio prolongado — com sirenes soando por 11 horas seguidas — provocou apagões, pânico e prejuízos humanos e materiais profundos.
Em continuidade à ofensiva, no dia 8 de setembro, a Rússia atacou uma importante usina termelétrica na região de Kiev, danificando gravemente o sistema de energia da capital e arredores e causando blecautes localizados que afetaram mais de oito mil propriedades em várias localidades. O ministério ucraniano de Energia qualificou o ataque como parte de uma estratégia deliberada para aumentar o sofrimento da população civil no inverno europeu, quando a necessidade por aquecimento e eletricidade é crítica.
Esses ataques refletiram não somente uma campanha militar, mas também uma guerra econômica e psicológica, voltada a pressionar o governo ucraniano e seus aliados ocidentais, além de desestabilizar a vida cotidiana dos civis em meio a uma guerra prolongada. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky quebrou o silêncio, denunciando os ataques como crimes deliberados e ressaltando a necessidade urgente de ações políticas mais firmes contra Moscou.
No plano internacional, a ofensiva russa reacendeu o debate sobre sanções econômicas mais duras contra a Rússia. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou sua intenção de ampliar embargos contra Moscou e reforçar a pressão junto à União Europeia para restringir ainda mais o comércio de petróleo e gás russo. Autoridades europeias têm buscado alinhar esforços com Washington, ampliando as sanções como forma de forçar a Rússia a negociar um cessar-fogo.
Este episódio intensifica o quadro de incertezas nos esforços diplomáticos para solucionar um conflito que já custou milhares de vidas e imensa destruição. A escalada aérea e o ataque ao setor energético aumentam o sofrimento da população civil ucraniana e elevam os riscos geopolíticos e humanitários na região.
Em suma, o maior ataque aéreo desde o início da guerra e o dano às infraestruturas críticas evidenciam que o conflito continua longe do fim, com a Rússia mantendo uma postura firme e agressiva, enquanto a Ucrânia e a comunidade internacional enfrentam o desafio de responder a essa ofensiva cada vez mais brutal.
Vídeo no canal: https://youtu.be/yBtEx6bC3X4