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Brasil Modera Tom Sobre Militarização na Região da Venezuela para Evitar Tensão com os EUA

A postura adotada pelo governo brasileiro diante da presença militar dos Estados Unidos no sul do Caribe, próximo à costa da Venezuela, tem sido marcada por cautela e moderação. Mesmo com a preocupação crescente devido ao envio de navios de guerra e de um submarino nuclear norte-americano para a região, Brasília evita críticas contundentes para não exacerbar as tensões com a administração de Donald Trump, especialmente em um momento de pressão comercial, como as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros.

Fontes do Itamaraty e do Planalto afirmam que a opção estratégica do Brasil é “escolher suas batalhas”, optando por uma abordagem diplomática mais branda. O país acompanhou a emissão de uma nota conjunta entre os membros da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), que expressa “profunda preocupação” com a recente mobilização militar extra-regional, além de ressaltar o compromisso com a região como zona de paz estabelecida pelo Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e Caribe.

Entretanto, essa nota foi divulgada com apoio limitado, principalmente devido à ausência de países que mantêm relações distantes ou tensas com o governo de Nicolás Maduro, como Argentina, Paraguai, Panamá, El Salvador e Peru. O Brasil, por sua vez, também teve sua adesão reduzida diante de questões protocolares relacionadas à publicação antecipada do comunicado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em evidência a vocação pacífica da região durante a cúpula virtual do Brics, ressaltando que, há quase 40 anos, a América Latina e o Caribe são considerados Zona de Paz e Cooperação, e que a presença de forças militares de uma potência mundial no Caribe gera tensões incompatíveis com essa vocação.

Mesmo não reconhecendo a vitória eleitoral de Maduro em 2024, o Brasil mantém um diálogo diplomático contínuo e descrito como “correto” entre Itamaraty e Caracas. No entanto, fontes governamentais não descartam que, diante de avanços na militarização da região, o Brasil possa emitir declarações mais firmes, especialmente por considerar a presença militar como uma ameaça à soberania sul-americana.

Há ainda a possibilidade de que o tema ganhe destaque no discurso do presidente Lula durante a próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, evidenciando a importância e delicadeza do assunto no contexto da política externa brasileira.

Essa postura reflete o equilíbrio que Brasília busca manter na delicada conjuntura geopolítica da América Latina e Caribe, entre a preocupação com a segurança regional e a necessidade de preservar relações diplomáticas estratégicas diante dos desafios e pressões internacionais.

Vídeo no canal: https://youtu.be/Cfct_eoHYNo

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