As forças especiais da Ucrânia, por meio da Direção Geral de Inteligência (GUR) do Ministério da Defesa, realizaram um ataque de alta complexidade contra um navio multipropósito russo da Flota do Mar Negro, nas proximidades de Novorossiysk, na região de Krasnodar, um dos principais pontos de ancoragem da marinha russa. A ofensiva foi executada com um drone de combate ucraniano, que atingiu a área do ponte de comando do navio, destruindo os equipamentos de navegação, comunicação e os sistemas de inteligência eletrônica.
O navio atacado pertence ao Projeto MPSV07, uma classe especializada em reconhecimento eletrônico e patrulhamento naval, equipada com tecnologias avançadas como sistemas de mergulho, veículos operados remotamente, sonar lateral e dispositivos de prospecção marítima. Avaliado em cerca de 60 milhões de dólares e em operação desde 2015, o navio sofreu danos significativos que o tornaram inutilizável, obrigando a Rússia a enviá-lo para reparos caros.
Este ataque insere-se em uma campanha militar maior, na qual a Ucrânia tem utilizado drones navais e mísseis para visar a frota russa do Mar Negro, que desempenha papel estratégico no bloqueio das rotas de exportação ucranianas e na defesa das posições russas na Crimeia e no sudoeste da Ucrânia. A Ucrânia alega ter destruído ou inutilizado aproximadamente um terço da frota russa na região desde o início do conflito em grande escala, atingindo navios de desembarque, corvetas, patrulheiras e embarcações rápidas.
Além do dano direto ao navio multipropósito, a Ucrânia também declarou a destruição de duas estações de radar conectadas aos sistemas de defesa aérea na Crimeia, ampliando o impacto sobre a capacidade russa de monitorar e defender seus ativos marítimos. Os ataques contaram com o emprego de drones chamados MAGURA, que atingir 22 alvos russos, destruindo 15 deles, incluindo helicópteros e caças, demonstrando a eficácia táctica dos meios não tripulados na guerra naval contemporânea.
Em paralelo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky aproveitou para reforçar a necessidade de criação de um escudo aéreo europeu em resposta à recente detecção de múltiplas incursões de drones russos sobre o território polonês, parceiro da OTAN. Zelensky informou ter mantido contatos com os principais líderes europeus e o secretário-geral da OTAN, enfatizando a importância de um sistema conjunto e eficaz de defesa aérea que proteja toda a Europa contra os atuais desafios de segurança.
Este episódio evidencia a sofisticada capacidade ofensiva da Ucrânia, que, apesar das dificuldades enfrentadas, mantém a capacidade de realizar operações complexas no Mar Negro, minando a presença russa em uma zona estratégica vital. Ao mesmo tempo, destaca o aumento da preocupação internacional sobre a escalada do conflito para além das fronteiras ucranianas, requerendo respostas coordenadas em nível regional e global.
Vídeo no canal: https://youtu.be/akH39uwlsuQ
