O conflito entre Rússia e Ucrânia, já em seu quarto ano, permanece marcado por uma complexidade crescente, refletida na combinação de impasse militar, ataques estratégicos de ambos os lados e intensas movimentações diplomáticas. As últimas semanas evidenciaram que, apesar da continuidade dos combates, o avanço territorial tem sido limitado, enquanto as estratégias econômicas e políticas ganham protagonismo na condução da guerra.
Um dos episódios que demonstra a escalada das ações ofensivas ucranianas foi o ataque de drones ao porto russo de Novorossiisk, um importante centro logístico da Rússia no Mar Negro. O ataque resultou na morte de duas pessoas e provocou forte repercussão em Moscou, indicando que a Ucrânia está ampliando sua capacidade de atingir alvos estratégicos dentro do território inimigo, pressionando as linhas de suprimento russas e buscando desgastar a capacidade operativa do adversário.
Ao mesmo tempo, representantes russos admitem um cenário de impasse nas linhas de frente dentro da Ucrânia, revelando que as ofensivas de ambos os lados não têm gerado mudanças significativas no controle territorial. Essa situação sugere uma guerra de desgaste, onde a capacidade logística e o apoio internacional se tornam fatores decisivos para a continuidade do conflito.
Em complemento à dinâmica militar, o campo diplomático está intenso. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy realizou uma visita aos Estados Unidos e um encontro com o ex-presidente Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de consolidar novas sanções contra a Rússia e fortalecer o apoio internacional à Ucrânia. Apesar dos comentários críticos recentes de Trump sobre a guerra, o Kremlin afirmou valorizar os esforços de mediação dele, revelando a complexidade das relações diplomáticas no cenário global.
No âmbito interno russo, a guerra impõe custos econômicos severos, levando o governo a propor aumento do imposto sobre valor agregado (IVA) para tentar financiar o esforço bélico. Essa medida reflete dificuldades financeiras crescentes decorrentes das sanções internacionais e do prolongamento do conflito, ressaltando a pressão sobre a economia russa para sustentar suas operações militares.
Por fim, o sentimento da população ucraniana em relação às mudanças nas posições internacionais, especialmente em relação a Trump, tem sido de ceticismo e expectativa pragmática. A resistência ucraniana reconhece que apenas com apoio consistente e ações efetivas no campo diplomático e militar será possível modificar o curso da guerra.
Em síntese, setembro de 2025 revela um conflito em estágio de desgaste, onde ofensivas pontuais como o ataque a Novorossiisk coexistem com um impasse tático no terreno, enquanto a luta pelo suporte internacional e pelo equilíbrio econômico das forças em combate define as próximas fases da crise entre Rússia e Ucrânia.
Vídeo no canal: https://youtu.be/pHeSOJdaI9s
