A guerra entre Rússia e Ucrânia atingiu um novo pico de intensidade com a adoção em larga escala de drones e mísseis por ambos os lados nos ataques noturnos mais recentes. São episódios que escancaram a escalada tecnológica e a banalização do risco para civis, aprofundando o impasse militar e o sofrimento populacional, enquanto negociações de cessar-fogo seguem estagnadas sob liderança internacional dos EUA.
Ofensivas russas: mísseis balísticos, hipersônicos e destruição civil
Na madrugada desta segunda (21), a Rússia lançou uma ofensiva coordenada com diversos tipos de mísseis — incluindo balísticos e hipersônicos, além de centenas de drones — contra várias cidades ucranianas, como Kiev e Kharkiv. Os ataques incendiaram prédios residenciais, mercados, supermercados e até mesmo atingiram a entrada de uma estação de metrô lotada de civis em busca de abrigo.
Em Kharkiv, uma importante instalação industrial foi alvo dos bombardeios, enquanto regiões como Odessa, Sumy e Dnipropetrovsk também relataram mortes, feridos e destruição de infraestrutura crítica. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, ofensivas massivas similares, com 300 a 700 drones em uma única noite, tornaram-se padrão nas últimas semanas, frustrando esperança de avanços nas negociações de paz.
Retaliação ucraniana: drones atingem Moscou e paralisam aeroportos
A resposta ucraniana veio com uma onda de ataques de drones direcionados à Rússia, destacando Moscou como o principal alvo. Milhares de passageiros foram impactados: voos cancelados, filas e deslocamento forçado para dentro dos terminais, à medida que sistemas de defesa tentavam interceptar quase 120 drones na região de Moscou. O Ministério da Defesa russo anunciou a derrubada de 117 drones durante a noite, confirmando que a ameaça ao território russo está longe de ser contida.
Destroços de drones ainda causaram danos e breves interrupções em linhas ferroviárias próximas à fronteira, e atividades cotidianas em Moscou foram afetadas pela crescente sensação de insegurança em plena capital.
População à mercê e um cenário de desgaste
Com dezenas de mortos e feridos nos últimos dias, além de queimados, desabrigados e milhares sem acesso a energia, a população ucraniana vive sob ameaça quase ininterrupta de bombardeios. Em Kiev e outras cidades grandes, ver pessoas abrigadas em metrôs se tornou rotina. Sinais de esgotamento físico e psicológico afetando civis — especialmente crianças — refletem o agravamento do quadro humanitário.
O presidente Volodymyr Zelensky tem reiterado a gravidade da situação, ressaltando que a ofensiva russa mira propositalmente infraestruturas civis — creches, hospitais, jardins de infância e centros residenciais — e pede mais apoio internacional para reforço da defesa aérea e produção conjunta de equipamentos militares.
Impasse diplomático e perspectiva para o conflito
Embora os EUA — sob liderança de Donald Trump — tentem mediar o conflito exigindo negociações e propondo novos acordos, a escalada das hostilidades mostra que não há sinais de trégua à vista. O fracasso das iniciativas de cessar-fogo expõe a incapacidade atual de ambos os lados de abrir mão da dinâmica de ataques e retaliações, optando por elevar drasticamente os custos da guerra na esperança de pressionar o adversário à mesa de negociação.
Na prática, a troca massiva de drones e mísseis — cada vez mais sofisticados e abundantes — apenas consolida o quadro de guerra de desgaste, no qual a vida civil se torna peça de sacrifício e a esperança de estabilidade parece cada vez mais distante.
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Vídeo no canal: https://youtu.be/Q55c2onkqWY